segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A enigmática figura de Silvio Garcia


Eu nunca escondi minha grande simpatia pela umbanda. Não frequento um terreiro de umbanda regularmente, mas sempre que posso vou a um, ou para conhecer ou tomar um passe ou mesmo para uma festividade. E gosto muito de ler sobre o assunto, não sou totalmente leiga, acho que sou só meio leiga.
Também não sou muito de frequentar o okurt. Acho que os debates são meio vazios com algumas poucas exceções, mas ultimamente eu não tenho resistido e tenho acompanhado de perto uma figura nas comunidade de umbanda no orkut que eu não sei dizer se é só polêmica, se é controversa, contraditória, coerente ou que definição dar. Não sei, mas é por não saber que vou falar dessa pessoa, o Silvio Garcia, que eu nem tenho certeza se é esse o nome, já que ele se apresente como Silvio Filho do Vento.
Faz pelo menos três meses que estou seguindo os passos do Silvio e descobri uma coisa, ou ele é amado ou é odiado. Eu até arrisco dizer que é mais odiado do que amado. Mas de qualquer forma é uma pessoa que veste a camisa daquilo que acredita. Mas no que ele acredita exatamente? Hoje talvez ele possa dizer mas talvez amanhã ele mude de opinião. Ele é o que Raul Seixas descreveria como a própria metamorfose ambulante.
Há não muito tempo atrás, o Silvio defendia o respeito à diversidade dentro da umbanda, com seu famoso jargão "Salve as umbandas de A a Z". Hoje ele defende uma postura mais radical,mais africanista.
Antes ele levantava ódio por defender uma umbanda mais "oficial", anunciada por Zélio de Moraes e defendida por Ronaldo Linares. Hoje ele renega isso e segue uma linha mais africanista.
Contraditório o Silvio?
Imagina. Ele já foi até pastor protestante.
Com seu jeito engraçado e ao mesmo tempo encrenqueiro, o Silvio conquistou uma legião de admiradores e inimigos. Existe até uma comunidade no orkut cuja maioria dos tópicos é destinada a apontar suas contradições, acusando-o de "caçador de fundamentos". Acusam-no de não conhecer a fundo a umbada - da qual ele se diz sacerdote - e ficar tentando descobrir seus fundamentos na internet, segundo seus algozes, "plantando verde para colher maduro".
E foi justamente quando se intitulando sacerdote de umbanda e passando a protagonizar uma série de mais de cinquenta programas no Youtube, intitulados UMBANDA EM AÇÃO, que Silvio conquistou mais inimigos - provavelmente mais inimigos que admiradores e expectadores.
São programas, quase todos monólogos, em torno de dez minutos cada um, onde ele fala as suas verdades sobre a umbanda. Existem os que elogiam muito, que elogiam inclusive sua coragem de se expôr tanto. Por outro lado tem aqueles que aproveitam o fato para encontrar detalhes em suas falas, que possam ser usados contra ele. Eu, que gosto de pesquisar sobre umbanda, acho os programas meio monótonos, mas sempre ele diz algo que se aproveita ou pelos menos para alguém que como eu, só conhece a umbanda superficialmente.
Esses programas quase sempre são disponibilizados em algumas comunidade do orkut, como a Umbanda em Ação, do próprio Silvio, a Amigos Umbanda e Espiritismo, Canto das Religiões, Oxalá o Rei da Umbanda, Umbanda e Espiritismo, entre outras.
Mas quem é mesmo o Silvio?
Eu não sei responder. Talvez ele não saiba também. Mas é uma pessoa humilde, que reconhece quando erra e pede desculpas, é explosivo, de vez em quando manda tudo às favas, é meio maluco beleza e contraditório também.
Silvio: ame-o ou deixe-o falar.... para depois rebater ou debater.
PS: essa simples jornalista desempregada está bisbilhotando outras pessoas interessantes do meio umbandista que em breve estarão estrelando meu blog.

Educação no Brasil é fato, utopia ou farsa?

Nesse período de eleições o tema educação sempre vem à baila e eu, na minha imensa insignificância fico a perguntar: será que a educação existe mesmo ou é só um fardo que o Estado carrega e utiliza nessas épocas.
Não precisa ser gênio para ver que as coisas não vão bem. No estado de São Paulo, disfarçada sob o nome de PROGRESSÃO CONTINUADA abriga uma verdadeira farsa, um desrespeito à inteligência dos pais e alunos e ao bolso do contribuinte, que deveria ser chamada na verdade de APROVAÇÃO AUTOMÁTICA.
Conversando com alguns amigos professores, procurei entender como funciona, na prática essa política de progressão continuada. Basta o aluno ter 75% de frequência para ser aprovado. Ele não precisa aprender nada, pode ser analfabeto, mas tendo 75% de frequências às aulas ele está aprovado. Somente no final do ciclo, equivalente à 8ª série, é que ele pode ser reprovado, mas ainda sim, só depois de esgotados todos os recursos burocráticos que o estado impõe. E um detalhe importante: ele só pode reprovar a 8ª série uma vez, então, se ele reprovou uma vez, no ano seguinte ele pode não fazer nada em sala de aula, pode não aprender nada, pode ser analfabeto, que tendo os 75% de presença, será aprovado.
E se por acaso não obtiver os 75% de frequência às aulas, será automaticamente reprovado?
Pasmem. A resposta é NÃO. Se o o aluno exceder o limite de faltas, o professor é obrigado,
segundo a legislação, a dar trabalhinhos de compensação de ausências. Trabalhos que o aluno faz porcamente, mas o professor, para evitar represálias de diretores, coordenadores e supervisores de ensino, acaba aceitando e compensando a ausência do aluno, que "passará de ano", mas não terá a menor condição de concorrer no mercado de trabalho. Será mão-de-obra barata, nada mais que isso.
Para quem acha que esse problema não é grave, que tire seus filhos da escola particular e os coloque numa escola pública, onde eles serão obrigados a conviver com essa política insana, que o governo PSDB mantém em São Paulo há 16 longos anos.
E nos outros estados?
Não existe a progressão continuada em todos os estados, mas uma educação consistente e de fato é ilusão no setor público. Quem quer dar uma educação de qualidade aos filhos, é obrigado a recorrer à rede particular, cujos preços são exorbitantes. E esse é justamente o maior termômetro de que a educação pública no Brasil é um caos ou uma utopia, quando não é uma farsa, como no estado de São Paulo.
Carmem Ambrósia.