segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mortos que andam na Indonésia

Eu achava que era impossível tal coisa, até me deparar com uma reportagem e essa foto.

Claro que pode ser montagem. Holywood vive fazendo isso.
Mas não é a mesma coisa.
Em Tojara, na Indonésia, acontece uma cerimônia macabra.
Um cadáver é acordado e deixam que ele anda até sua sepultura. Segundo dizem, especialmente os moradores da região, o cadáver é acordado com o uso da magia negra e isso se deve a uma tradição antiga, segunda a qual os moradores se recusam a levar o morto até o cemitério, que fica no alto de uma montanha.

O corpo é guiado pelo mago responsável pelo feito, mas jamais ele (o cadáver) deve ser chamado pelo nome, pois se isso acontecer quebra-se o encanto e ele cai ao chão, não se levantando mais.

Claro que muitos dirão que isso não passa de uma montagem barata.
Pergunto: será?
Será que tudo que diz respeito à magia é montagem ou é falso?
Assim como também não quero afirmar categoricamente que é verdadeiro, pois não tenho a menor comprovação, mas também não vou afirmar ser falso algo que não presenciei, mas que faz parte da tradição de um povo.

E aqui no Brasil, na Ilha de Itaparica, não existe o ritual de Babá Egun? Não é exatamente a mesma coisa, mas é igualmente surpreendente e inacreditável aos olhos de muitos.

Eis mais um grande mistério.

Carmem Ambrósia.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A enigmática figura de Silvio Garcia


Eu nunca escondi minha grande simpatia pela umbanda. Não frequento um terreiro de umbanda regularmente, mas sempre que posso vou a um, ou para conhecer ou tomar um passe ou mesmo para uma festividade. E gosto muito de ler sobre o assunto, não sou totalmente leiga, acho que sou só meio leiga.
Também não sou muito de frequentar o okurt. Acho que os debates são meio vazios com algumas poucas exceções, mas ultimamente eu não tenho resistido e tenho acompanhado de perto uma figura nas comunidade de umbanda no orkut que eu não sei dizer se é só polêmica, se é controversa, contraditória, coerente ou que definição dar. Não sei, mas é por não saber que vou falar dessa pessoa, o Silvio Garcia, que eu nem tenho certeza se é esse o nome, já que ele se apresente como Silvio Filho do Vento.
Faz pelo menos três meses que estou seguindo os passos do Silvio e descobri uma coisa, ou ele é amado ou é odiado. Eu até arrisco dizer que é mais odiado do que amado. Mas de qualquer forma é uma pessoa que veste a camisa daquilo que acredita. Mas no que ele acredita exatamente? Hoje talvez ele possa dizer mas talvez amanhã ele mude de opinião. Ele é o que Raul Seixas descreveria como a própria metamorfose ambulante.
Há não muito tempo atrás, o Silvio defendia o respeito à diversidade dentro da umbanda, com seu famoso jargão "Salve as umbandas de A a Z". Hoje ele defende uma postura mais radical,mais africanista.
Antes ele levantava ódio por defender uma umbanda mais "oficial", anunciada por Zélio de Moraes e defendida por Ronaldo Linares. Hoje ele renega isso e segue uma linha mais africanista.
Contraditório o Silvio?
Imagina. Ele já foi até pastor protestante.
Com seu jeito engraçado e ao mesmo tempo encrenqueiro, o Silvio conquistou uma legião de admiradores e inimigos. Existe até uma comunidade no orkut cuja maioria dos tópicos é destinada a apontar suas contradições, acusando-o de "caçador de fundamentos". Acusam-no de não conhecer a fundo a umbada - da qual ele se diz sacerdote - e ficar tentando descobrir seus fundamentos na internet, segundo seus algozes, "plantando verde para colher maduro".
E foi justamente quando se intitulando sacerdote de umbanda e passando a protagonizar uma série de mais de cinquenta programas no Youtube, intitulados UMBANDA EM AÇÃO, que Silvio conquistou mais inimigos - provavelmente mais inimigos que admiradores e expectadores.
São programas, quase todos monólogos, em torno de dez minutos cada um, onde ele fala as suas verdades sobre a umbanda. Existem os que elogiam muito, que elogiam inclusive sua coragem de se expôr tanto. Por outro lado tem aqueles que aproveitam o fato para encontrar detalhes em suas falas, que possam ser usados contra ele. Eu, que gosto de pesquisar sobre umbanda, acho os programas meio monótonos, mas sempre ele diz algo que se aproveita ou pelos menos para alguém que como eu, só conhece a umbanda superficialmente.
Esses programas quase sempre são disponibilizados em algumas comunidade do orkut, como a Umbanda em Ação, do próprio Silvio, a Amigos Umbanda e Espiritismo, Canto das Religiões, Oxalá o Rei da Umbanda, Umbanda e Espiritismo, entre outras.
Mas quem é mesmo o Silvio?
Eu não sei responder. Talvez ele não saiba também. Mas é uma pessoa humilde, que reconhece quando erra e pede desculpas, é explosivo, de vez em quando manda tudo às favas, é meio maluco beleza e contraditório também.
Silvio: ame-o ou deixe-o falar.... para depois rebater ou debater.
PS: essa simples jornalista desempregada está bisbilhotando outras pessoas interessantes do meio umbandista que em breve estarão estrelando meu blog.

Educação no Brasil é fato, utopia ou farsa?

Nesse período de eleições o tema educação sempre vem à baila e eu, na minha imensa insignificância fico a perguntar: será que a educação existe mesmo ou é só um fardo que o Estado carrega e utiliza nessas épocas.
Não precisa ser gênio para ver que as coisas não vão bem. No estado de São Paulo, disfarçada sob o nome de PROGRESSÃO CONTINUADA abriga uma verdadeira farsa, um desrespeito à inteligência dos pais e alunos e ao bolso do contribuinte, que deveria ser chamada na verdade de APROVAÇÃO AUTOMÁTICA.
Conversando com alguns amigos professores, procurei entender como funciona, na prática essa política de progressão continuada. Basta o aluno ter 75% de frequência para ser aprovado. Ele não precisa aprender nada, pode ser analfabeto, mas tendo 75% de frequências às aulas ele está aprovado. Somente no final do ciclo, equivalente à 8ª série, é que ele pode ser reprovado, mas ainda sim, só depois de esgotados todos os recursos burocráticos que o estado impõe. E um detalhe importante: ele só pode reprovar a 8ª série uma vez, então, se ele reprovou uma vez, no ano seguinte ele pode não fazer nada em sala de aula, pode não aprender nada, pode ser analfabeto, que tendo os 75% de presença, será aprovado.
E se por acaso não obtiver os 75% de frequência às aulas, será automaticamente reprovado?
Pasmem. A resposta é NÃO. Se o o aluno exceder o limite de faltas, o professor é obrigado,
segundo a legislação, a dar trabalhinhos de compensação de ausências. Trabalhos que o aluno faz porcamente, mas o professor, para evitar represálias de diretores, coordenadores e supervisores de ensino, acaba aceitando e compensando a ausência do aluno, que "passará de ano", mas não terá a menor condição de concorrer no mercado de trabalho. Será mão-de-obra barata, nada mais que isso.
Para quem acha que esse problema não é grave, que tire seus filhos da escola particular e os coloque numa escola pública, onde eles serão obrigados a conviver com essa política insana, que o governo PSDB mantém em São Paulo há 16 longos anos.
E nos outros estados?
Não existe a progressão continuada em todos os estados, mas uma educação consistente e de fato é ilusão no setor público. Quem quer dar uma educação de qualidade aos filhos, é obrigado a recorrer à rede particular, cujos preços são exorbitantes. E esse é justamente o maior termômetro de que a educação pública no Brasil é um caos ou uma utopia, quando não é uma farsa, como no estado de São Paulo.
Carmem Ambrósia.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A pretensão de Douglas Fersan e Jordam Godinho



















Foi com certa estranheza que recebi o convite para o "Primeiro Seminário da Integração do Povo de Santo para os Direitos Humanos".
Perguntei que maluquice é essa? Parece coisa de político.
Mas como boa jornalista não ia recusar um convite sem conhecer o conteúdo (pelo menos não era um daqueles convites para empresas/pirâmides que já causaram tantos estragos). Foi quando me deparei com o nome de Douglas Fersan, um velho conhecido virtual meu. Vi que era um dos organizadores e o seu nome já deu credibilidade ao evento.
Já li inúmeros artigos de Douglas Fersan, artigos que falam tanto de religiosidade, formação cultural brasileira, com enfoque sociológico e sempre gostei do que li. Douglas Fersan é sociólogo, educador, sacerdote de umbanda, pesquisador e escritor. Seu livro "Um conto da Bahia" consegue misturar ficção e história de maneira sublime, já li duas vezes.
Sempre gentil, certa vez me cedeu um artigo, o qual publiquei no meu jornal independente Trecos & Cacarecos e também nesse blog.
Douglas Fersan eu conheço, ainda que apenas virtualmente. Mas não conhecia esse seu lado militante.
Mas quem é esse tal de Jordam Godinho, o outro idealizador do evento?
Apelei para a Santa Internet e como boa jornalista (é a segunda vez que digo isso) e descobri algumas coisas sobre esse ex-ilustre desconhecido. Jordam Godinho é um sujeito ligado à política, especialmente ao Partido dos Trabalhadores e mantém um blog de alto teor crítico, intitulado Observatório de Opiniões - excelentes artigos, diga-se de passagem. É também, segundo concluí pelas minhas pesquisas, um militante dos direitos humanos.
Então matei a charada. São dois pretensiosos.
Um pretensioso idealista, que pretende levar o nome da umbanda aos quatro ventos, mas não possui os canais. Douglas Fersan é quase um Dorival Caymmy no que se refere à reclusão. Raramente alguém vê seu rosto, raramente comparece a um evento, apenas produz suas obras na reclusão de seu lar que só Deus sabe onde fica. Porém não poderia perder a oportunidade de falar da sua umbanda, que tanto ama e defende.
Também pretensioso, mas não apenas idealista, Jordam Godinho é o oposto do companheiro de lutas Douglas Fersan. Jordam Godinho possui contatos, tem os canais necessários, é articulado, transita entre diversos meios representativos e políticos. São explícitas as pretensões políticas de Jordam Godinho - e não entendam isso como algo negativo, juízo de valores só poderão ser feitos após divulgadas as suas propostas, mas se é que posso adquirir ares de profetiza sem perder a credibilidade, afirmo que em muito breve Jordam Godinho será candidato a vereador.
Jordam Godinho precisava apenas de um nome que o apoiasse e dividisse com ele as farpas que provavelmente viria. Estava montada a dupla.
Dois pretensiosos.
Um com a ingênua pretensão de defender os direitos de sua fé.
Outro, articulado e calculista, porém bem intencionado, com a pretensão de iniciar aí a sua plataforma política.
O fato é que a união foi frutífera. Não pude comparecer ao Seminário, mas li a resenha obtive informação (jornalista tem sempre seus contatos) de quem esteve lá e me disseram que apesar de um certo nervosismo de principantes, o evento foi bem conduzido e frutífero.
Não sei dizer se intencionalmente, mas a dupla de pretensiosos conseguiu brilhar mais que nomes de peso que estiveram presentes no evento.
Pretensiosos?
Muito provavelmente o são, mas nem toda pretensão é negativa. Arrisco dizer que eles tem a apaixonantes e necessária pretensão de levantar uma bandeira que há muito tempo luta para flamejar, mas que consegue pouco mais que uma modesta brisa.
Como jornalista e umbandista estarei atenta aos próximos movimentos dos nossos amigos pretensiosos e idealistas - não sei onde termina tênue linha do elogio e se inicia a da crítica irônica, mas o fato é que torço por eles, mas sempre crítica, como uma boa jornalista (é a terceira vez que digo isso).